Os cientistas Andre Geim e Konstantin Novoselov dividiram o Prêmio Nobel de Física de 2010 por experimentos com grafeno bidimensional. Eles mostraram que o carbono em uma forma extremamente fina, na espessura de um átomo, tem propriedades excepcionais originárias de princípios de física quântica.
O grafeno é uma forma de carbono. Como material, é o mais fino já obtido e também o mais resistente. Como condutor de eletricidade, é tão bom quanto cobre. Como condutor de calor é melhor do que qualquer outro material.
Cientistas estimam que semicondutores de grafeno serão muito mais rápidos do que os de silício, viabilizando o desenvolvimento de computadores ainda mais eficientes. Também poderão ser usados na produção de aviões, satélites e automóveis.
- Como é praticamente transparente e um ótimo condutor, o grafeno poderá ser utilizado para produzir touch screens, painéis luminososos e até baterias solares - afirmou o porta-voz da premiação.
Geim nasceu na Rússia e é cidadão holandês, enquanto Novoselov tem dupla nacionalidade britânica e russa. Os dois trabalham na Universidade de Manchester, no Reino Unido. Geim foi orientador de doutorado de Novoselov. Os dois trabalham juntos até hoje. Novoselov é o ganhador prêmio Nobel mais jovem desde 1973. Ele soube do prêmio em sua casa, às 10h local, quando conversava com um amigo na Holanda pelo computador.
- Foi uma surpresa. Sempre em outubro há uma especulação grande sobre quem será o vencedor e você aprende a não prestar atenção - explicou.
Noselov disse que Geim sempre incentivou experiências criativas:
- Já tentamos várias coisas malucas, algumas bem-sucedidas. O grafeno funcionou desde o comecinho.
Geim falou numa conferência do prêmio, por telefone, que não esperava ganhar o prêmio e que vai tentar não deixar a novidade alterar sua rotina.
"Meus planos são de ir hoje ao trabalho e terminar um texto que não acabei na semana passada".
Num trabalho anterior, Geim conseguiu fazer sapos levitarem usando campos magnéticos, pesquisa que rendeu a ele outro prêmio importante, há 10 anos: o Ig Nobel, organizado pela revista de humor científico "Annals of Improbable Research" (Anais da Pesquisa Improvável), que premia "pesquisas que não podem, ou não devem, ser reproduzidas" e experimentos que "primeiro fazem as pessoas rirem e depois as fazem pensar".
O primeiro Nobel de Física foi dado a Wilhelm Röntgen em 1901, pela descoberta dos raios-x. Desde então, 187 cientistas receberam o prêmio.
fonte:O globo
xCherry